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A Galáxia de Estrelas

Meus pés pareciam caminhar sobre uma estrada invisível, meus dedos passavam por milhares e milhares de estrelas, galáxias e nebulosas diferentes, mas eu sabia; nenhuma chamava a atenção. Havia uma galáxia, composta inteiramente de estrelas, que vagava em meus pensamentos agora. Resolvi visitá-la mais uma vez; ela parecia como qualquer outra congregação de astros, mas se observasse-a de perto, veria que a sua cor era diferente.

As estrelas brilhavam em diferentes tons de laranja, branco, azul… todas com seu próprio comportamento que seguiam apenas uma coisa em comum: sua órbita em um buraco negro. O buraco negro tentava se misturar com elas, se aproximar; talvez, suas intenções eram que trilhassem um mesmo caminho em uníssono, mas as estrelas não eram assim. Mantinham sua distância, sabiam que seriam engolidas e seu brilho seria apagado se juntassem com o nocivo ponto negro. Ele apenas servia para juntá-las; todas seguiam uma única órbita, lado a lado, frente a frente.

Seus majestosos brilhos, mesmo que umas possuíam fortes e outras fracas, mesmo que umas eram pequenas e no final de suas vidas enquanto outras acabaram de nascer ou entraram em supernova, continuavam juntas, sem trazer perigo para si mesmas. O espetáculo era belo, de tirar o fôlego; não pude evitar suspirar enquanto era banhada por suas luzes. Foi quando um frio na espinha tomou lugar em minha mente. Ao virar minha atenção para o objeto ao meu lado, um buraco negro se aproximava. Ele, que pelo tamanho, já engolira incontáveis estrelas, asteróides e até mesmo satélites antes, possuía seus olhos naquele espetáculo. Desejava apagar-lhe; queria mostrar-se superior ao fundir com o único fator que as mantinha juntas.

“Não!” Exclamei em um suspiro. Eu não conseguia interferir; ele avançava, implacavelmente, seu objetivo claro em mente. Eu sentia ódio, desgosto por aquele corpo nocivo. “Como pode?!” Pensei comigo. “Como possui a crueldade de querer consumir algo tão belo com sua escuridão deplorável?!”
De nada adiantava. Eu teria de ver em como as estrelas reagiriam àquela ameaça. Meu peito apertava; eram uma congregação forte, mas o buraco negro não era pequeno. Minha respiração tremia, e tudo pareceu congelar. E então, o ápice aconteceu!
Para a minha surpresa, as estrelas nem sequer foram engolidas quando ele passara por perto. Seu campo gravitacional e seu fluxo eram fortes o suficiente para conseguirem evitar uma catástrofe. O brilho tornava-se forte; iluminava o corpo nocivo de maneira a assustá-lo. Eu assisti ele ir embora e as estrelas se aproximarem mais entre si; um espetáculo, sem dúvidas. Aquelas estrelas… eu podia sentir sua camaradagem e sua determinação. Confiava nelas. Eu passarei a visitá-las todos os dias agora e admirar seu crescimento. Um sorriso abriu-se em minha mente enquanto elas rodopiavam lentamente em sua órbita. “Elas conseguirão. Juntas, nada abalará essa recente galáxia, mesmo a mais forte das catástrofes vão ser inúteis.”
Ao estender a palma de minha mão e abraçar gentilmente todo aquele conjunto, permiti banharem-me em toda a sua glória. Este é o mais puro e verdadeiro significado de companheirismo.

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