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Sabinadas: Loucos por uma sexta-feira

A ferrugem volta a corroer a massa trabalhadora, mas nos jornais buscam o conforto econômico. Sem reciprocidade – ainda assim demonstrando coragem – o povo segue, lançado, marcado e encurralado, escravizado pelo trabalho.

Desde pequenos nos apresentam o trabalho como uma forma de punição, algo penoso e árduo; não é à toa, a palavra “trabalho” evoluiu de um antigo instrumento de tortura chamado “tripalium”, portanto, é sempre relacionado a algo que produz agonia. Na escola a gente aprende a separar o prazer do trabalho e aprendizado, separam de uma forma em que: trabalho é trabalho, prazer é prazer.

Agora, é preciso diferenciar duas coisas que as pessoas tomam como sinônimos entre si: emprego e trabalho. O emprego é uma fonte de renda, que você faz para sobreviver economicamente; enquanto trabalho é uma forma de ter sentido na vida; gosto de colocar como sinônimo de trabalho o sentido de “poiesis” em grego, que tem a ideia de “obra”, de onde saiu a palavra poesia.

Há pessoas que encontram sua obra, seu propósito de vida, no seu emprego assalariado. Já outras pessoas vivem agoniadas de segunda à sexta-feira, não se encontrando no que fazem, mas necessitando do emprego. Não é à toa que as pessoas estão cada vez mais loucas para que chegue às 18 horas de sexta-feira, e depressivas segunda às 8 horas.

Num emprego, nem sempre fazemos aquilo que gostamos; mas já em nossa poiesis, a gente se encontra no que fazemos, aquilo se torna parte de nós, mesmo que canse. Diferencio aqui cansaço e estresse; a intensidade de uma atividade faz com que fiquemos cansados, e a falta de sentido numa atividade nos estressa. Portanto, uma vida em que se tenha um propósito no que fazemos vai muito além da atividade realizada em si.

Mas, como bons brasileiros, seguem parte do rebanho projetado, carrascos e vítimas do próprio preconceito que desveneraram; todos os dias voltam para casa, a ligar seus televisores e cuidar das feridas causadas pelo laço midiático.

*Sabinadas é escrita por Kauhan Sabino, poeta e escritor idealizador do Jornal Quincas Borba, que produz no seu blog pessoal. Acesse <https://kauhansabino.wordpress.com/&gt;

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