Ao nascermos, começamos a construir nossa identidade a partir de pequenas observações da sociedade; é dela que somos, por muitas vezes, influenciado nas nossas ações e escolhas. As primeiras pessoas que nos espelhamos são os nossos genitores, ou seja, nossos pais; daí, junto com o resto da sociedade, copiamos a nossa identidade.
Ao começarmos a crescer, mudamos nossos atos, independente se for para melhor ou não. Algumas pessoas percebem que a sociedade a fez assim e que todos são iguais, já outras admiram e contemplam os seres humanos vivendo feito clones transeuntes.
Essa metamorfose que passa nossos pensamentos é algo normal; mesmo que demore, devemos procurar a nossa própria identidade, a nossa própria essência de ser. Não é uma tarefa fácil. A princípio, devemos conhecer a nós mesmos, como dito por Sócrates. Após a difícil prática de conhecer a si mesmo, entramos na formação de nossa identidade.
Torna-te quem tu és, todos construímos a nossa própria personalidade, seja ela no meio virtual ou no presencial. E cada um constrói a sua como bem desejar e como desejar. Muitas criaram uma personalidade de alguém que ela não é, transformando a sua vida numa farsa.
Muitos, nessas relações sociais, criam uma falsa identidade de si mesmos (não me refiro exclusivamente nos ambientes virtuais), e isso somente para ser aceito na sociedade. Algo decepcionante, sendo que você se transforma em uma cópia para entrar num certo grupo, apanhado de pessoas iguais e que não conhecem a si mesmos.
Mas a sociedade vem mudando, ficando cada vez mais monótona e cada vez mais desinteressante. Diariamente vemos vários debates sociais, discutindo assuntos inúteis, contemplações às coisas fúteis e “benfeitores morais”. Penso que a mecanização, num mundo onde tudo acontece rapidamente, tem se mostrado presente cada vez mais na sociedade; mas isso é matéria para outras questões.
*Sabinadas é escrita pelo poeta Kauhan Sabino, idealizador do Jornal Quincas Borba, participante da Rede Camões desde 2020.
Jornal do Camões 